domingo, 21 de fevereiro de 2010

Apostila 1º bimestre 2ª série

APOSTILA DO 1º BIMESTRE DE ARTE



Aula 01
Uma Leitura Poética sobre a Fotografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fotografia#Usos_da_fotografia (com adaptações)

Por definição, fotografia é, essencialmente, a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando esta em uma superfície sensível. A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce. Contudo, a invenção da fotografia não é obra de um só autor, mas um processo de acúmulo de avanços por parte de muitas pessoas, trabalhando juntas ou em paralelo ao longo de muitos anos. Se por um lado os princípios fundamentais da fotografia se estabeleceram há décadas e, desde a introdução do filme fotográfico colorido, quase não sofreram mudanças, por outro, os avanços tecnológicos têm sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas, agilidade nas etapas do processo de produção e a redução de custos, popularizando o uso da fotografia.
Atualmente, a introdução da tecnologia digital tem modificado drasticamente os paradigmas que norteiam o mundo da fotografia. Os equipamentos, ao mesmo tempo em que são oferecidos a preços cada vez menores, disponibilizam ao usuário médio recursos cada vez mais sofisticados, assim como maior qualidade de imagem e facilidade de uso. A simplificação dos processos de captação, armazenagem, impressão e reprodução de imagens proporcionadas intrinsecamente pelo ambiente digital, aliada à facilidade de integração com os recursos da informática, como organização em álbuns, incorporação de imagens em documentos e distribuição via Internet, têm ampliado e democratizado o uso da imagem fotográfica nas mais diversas aplicações. A incorporação da câmera fotográfica aos aparelhos de telefonia móvel têm definitivamente levado a fotografia ao cotidiano particular do indivíduo.
Dessa forma, a fotografia, à medida que se torna uma experiência cada vez mais pessoal, deverá ampliar, através dos diversos perfis de fotógrafos amadores ou profissionais, o já amplo espectro de significado da experiência de se conservar um momento em uma imagem.
Essência da fotografia
A discussão sobre o uso da Fotografia é precedido pela tentativa de compreender sua imagem, o que ocorre desde seu desenvolvimento por diversos fotógrafos ao longo do século XIX (como afirma Geoffrey Batchen). Seu caráter artístico evidente constitui um entrave o seu uso pelas ciências sociais, enquanto seu caráter científico a tornou uma espécie de subalterna no campo da arte, características que parecem se reverter na segunda metade do século vinte, na medida em que o estudo desse meio se aprofundou, as ciências sociais se abriram para a impossibilidade de completa objetividade, e o campo da arte passou a lidar fortemente com a idéia, em oposição a uma ênfase na forma artística.
Os estudos históricos sobre a Foto iniciam por volta de cem anos após sua invenção. Já os estudos teóricos sobre a Fotografia parecem iniciar no pós-guerra, e a principal teoria usada para caracterizar a Fotografia advém do campo da semiótica, ou seja, declina da Semiologia de Saussure, numa leitura estrita da obra de Charles Sândis Peirce.
Ora, os estudos iniciais da Fotografia, bem como os artistas ao longo do século XIX e XX se preocupavam com o problema da iconicidade da Fotografia, isto é, o potencial de sua imagem e o caráter de seu realismo. O primeiro sinal de problematização dessa modalidade de discurso está na obra de Walter Benjamin, cujo texto "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica", revela uma preocupação com a modificação da recepção da Fotografia e do cinema em relação aos meios tradicionais da arte, estudo pioneiro e extremamente influente que leva instâncias inéditas, como o problema da aura (o que a diferencia da arte clássica) bem como o da multiplicação maciça da imagem.
Memória e Afeto
Na fotografia encontra-se a ausência, a lembrança, a separação dos que se amam, as pessoas que já faleceram, as que desapareceram.
Henri Cartier-Bresson
Para algumas pessoas, fotografar é um ato prazeroso, de estar figurando ou imitando algo que existe. Já para outras, é a necessidade de prolongar o contato, a proximidade, o desejo de que o vínculo persista.
Strelczenia, 2001, apud Debray (1986, p. 60) assinala que a imagem nasce da morte, como negação do nada e para prolongar a vida, de tal forma que entre o representado e sua representação haja uma transferência de alma.

Robert Capa
A foto faz que as pessoas lembrem-se do seu passado e que fiquem conscientes de quem são. O conhecimento do real e a essência de identidade individual dependem da memória. A memória vincula o passado ao presente, ela ajuda a representar o que ocorreu no tempo, porque unindo o antes com o agora temos a capacidade de ver a transformação e de alguma maneira decifrar o que virá.
A fotografia captura um instante, põe em evidência um momento, ou seja, o tempo que não pára de correr e de ter transformações. Ao olhar uma fotografia é importante valorizar o salto entre o momento em que o objeto foi clicado e o presente em que se contempla a imagem, porém a ocasião fotografada é capaz de conter o antes e depois.
Fotografa-se para recordar, porque os acontecimentos terminam e as fotografias permanecem, porém não sabemos se esses momentos foram significativos em si mesmos ou se tornaram memoráveis por terem sido fotografados.
A memória é constitutiva da condição humana: desde sempre o homem tem se ocupado em produzir sinais que permaneçam mais além do futuro, que sirvam de marca da própria existência e que lhe dêem sentido. A fotografia traz consigo mais daquilo do que se vê. Ela não somente capta imagens do mundo, mas pode registrar o "gesto revelador, a expressão que tudo resume a vida que o movimento acompanha, mas que uma imagem rígida destrói ao seccionar o tempo, se não escolhemos a fração essencial imperceptível" (CORTÁZAR, 1986, p. 30)
É no ensaio fotográfico que a pessoa busca a emoção, algo que ela nunca tenha sentido. A fotografia é capaz de ferir, de comover ou animar uma pessoa. Para cada um ela oferece um tipo de afeto. Na composição de significado da foto, segundo Barthes (1984), há três fatores principais: o fotógrafo (operador), o objeto (spectrum) e o observador (spectator). O fotógrafo lança seu olhar sobre o assunto, ele o contamina e faz as fotos segundo seu ponto de vista. O objeto (ou modelo) se modifica na frente de uma lente, simulando uma coisa que não é. No caso do observador, ele gera mais um campo de significado, lançando todo o seu repertório e alterando mais uma vez a imagem.
As imagens são aparentemente silenciosas. Sempre, no entanto, provocam e conduzem a uma infinidade de discursos em torno delas.

Aula 02
GÊNEROS DA PINTURA E DA FOTOGRAFIA

Refere-se aos tipos de temas mais comuns trabalhados pelos artistas e fotógrafos. Os gêneros são na realidade as espécies de idéias mais comumente exploradas na criação ou no registro de uma imagem. Existem vários temas e por isso é até possível misturá-los, criando-se o Gênero Misto.
1) Gênero histórico ou épico:
*Épico se refere às ações ou feitos dos heróis: salvamentos, lutas, guerras, competições.
*Histórico se refere a acontecimentos ou datas nacionais, tradições, monumentos históricos, personalidades de destaque no cenário político-sócio-cultural de uma sociedade.
2) Gênero religioso:
Refere-se a representações cujas formas e cores evoquem significados de caráter religioso ou sagrado – independente dos segmentos religiosos – pois boa parte das diversas manifestações religiosa possui suas próprias representações visuais.
3) Retrato:
È um dos gêneros mais populares da pintura e da fotografia. O retrato se refere ao registro minucioso (descrição) das características físicas e até psicológicas de uma pessoa. O retrato pode ser individual ou coletivo. Sua intenção maior é fixar a aparência do retratado.
4) Nu:
*Gênero que, a princípio, se referia ao registro de corpos que personificassem seres imaginários ou divinos com aparência sempre humana e jovem (ex. mitologia grega).
*Aos poucos homens e mulheres comuns passam a ser representados com realismo.
*funções: exaltar a beleza humana; evidenciar o estudo científico da anatomia; provocar sensações eróticas ou agredir por meio de representações distorcidas, pornográficas e/ou assexuadas (ex.: expressionismo).
5) Paisagem:
*Cenas onde a relação espacial entre os elementos da natureza figura em primeiro plano.
*Subdivide-se em paisagem urbana (cidade, trânsito, máquinas em predominância) e paisagem rural (revela a exuberância da fauna e/ou flora).
* A princípio os artistas acreditavam que a pintura de paisagem só seria completa se existisse a presença da figura humana centralizando as atenções, com o estilo artístico denominado Romantismo (séc. XIX), este gênero passa a ganhar definitivamente autonomia.

6) Natureza-morta:
*Imagem feita por arranjos artificiais: flores em vaso, frutas em cestas ou em mesas, talheres ou vários objetos que são agrupados numa composição sem a figura humana.
*A natureza pode estar presente, mas não em seu habitat original: imagem de função decorativa (ex.: propagandas, fotos de livros de receitas, etc.)
7) Abstrato e fantástico:
São gêneros que não possuem qualquer compromisso ou relação com um registro real da imagem (abstrato: afasta-se do que é real e tem significado subjetivo: manchas, riscos, forma geométrica /fantástica se refere a uso de elementos retirados da realidade, mas que se apresentam distorcidos de significado real: monstros, seres alados ou mutantes).

Aula 03

A Arte de Ver a Arte
Composição de Formas
Para se desenvolver uma boa composição visual é necessário saber direcionar os olhos de quem está vendo para pontos importantes para que fique clara a sua intenção, esse direcionamento deve ser consciente e planejado, saber equilibrar e dar movimento à composição serão os principais objetivos da imagem.
Para obter um resultado compositivo satisfatório é preciso conhecer um pouco sobre como funciona a percepção humana e também algumas regras que para alguns é denominada programação visual intuitiva.
Uma determinada forma básica tem seu valor independente que pode ser modificado quando relacionado com outras formas.
São eles:
O ponto
Qualquer ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo qualquer. Fazemos o reconhecimento de formas através de um agrupamento de pontos.

A linha
Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e a cadeia de pontos se transforma em outro elemento visual distintivo: a linha.

A forma
Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. As três formas básicas são: círculo, triângulo equilátero e quadrado.
Todas as formas são figuras planas e simples, fundamentais, que podem ser facilmente descritas e construídas, tanto visual quanto verbalmente.
A partir da combinação e variações infinitas dessas três formas básicas, derivamos todas as formas físicas da natureza e da imaginação humana.
A direção
As formas básicas também apresentam direções característica a elas: horizontal e vertical, diagonal e curva.

O tom
As variações de luz ou de tom são os meios pelos quais distinguimos oticamente a complexidade da informação visual do ambiente. Vemos o que é escuro porque está próximo ou se superpõe ao claro, e vice-versa. As relações são sempre por comparação.

A cor
Em sua formulação mais simples, a estrutura da cor pode ser ensinada através do círculo cromático. As cores primárias (amarelo, vermelho e azul), e as cores secundárias (laranja, verde e violeta) aparecem no diagrama. Podem-se incluir também as cores intermediárias a essas (chamadas de terciárias).
Ao falarmos de cores, temos duas linhas de pensamento distintas: a Cor-Luz e a Cor-Pigmento. Falar de cor sem falar de luz é impossível, mesmo se tratando da Cor-Pigmento, pois ela, a luz, é imprescindível para a percepção da cor, seja ela Cor-Luz ou Cor-pigmento. No caso da Cor-Luz ela é a própria cor e no caso da Cor-Pigmento ela, a luz, é que é refletida pelo material, fazendo com que o olho humano perceba esse estímulo como cor.
A textura
A textura é o elemento visual que serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato.


A escala
Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros. O processo constitui, em si, o elemento daquilo que chamamos de escala.
A escala pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das pistas visuais, mas também através das relações com o campo ou com o ambiente.

A dimensão
Nenhuma forma de representação da dimensão é possível sem a ilusão. A dimensão está sempre implícita na forma e depende das relações feitas na composição. Ela fica bem evidente nas composições que utilizam a perspectiva.

O movimento
O elemento visual do movimento se encontra mais freqüentemente implícito do que explícito no modo visual. Porém, o movimento talvez seja uma das forças visuais mais dominantes da experiência humana.
O movimento da composição acontecesse por causa dos elementos compositivos que o cérebro busca através do olho como os eixos de equilíbrio e os sentidos e direções presentes.
Aula 04
RESUMO

 PRÉ-HISTÓRIA
Função mágica – acreditavam que pintando nas paredes das cavernas conseguiriam capturar os animais.
PALEOLÍTICO
Principal característica da pintura é NATURALISMO – imitação da realidade.
NEOLÍTICO
Principal característica da pintura é a ESTILIZAÇÃO (SIMPLIFICAÇÃO) da figura – necessidade da representação da cena (síntese do tema representado).


 CIVILIZAÇÕES ANTIGAS
EGITO – arte para a eternidade
Pintura - Lei da Frontalidade.

Hierarquia da figura.
Imagens e escrita se complementam.
Escultura – Posição solene em respeito ao faraó.
Mais imitativo do real que a pintura.
Guardiões de templos (ex.: esfinge).
Arquitetura – Pirâmides destinadas a templos.
Passagens e ambientes subterrâneos (enigmas).
Escavações em encostas de montanhas (mastabas).

GRÉCIA

Períodos: Clássico – imagens próximas da realidade com composição simétrica.
Helenística – esculturas ganham mais movimento e os templos, mais elementos decorativos (século de Péricles).
Pintura – basicamente representado pela cerâmica.
Temas: mitologia, batalhas e jogos.
Escultura – Culto à beleza física.
Matemática e geometria como sinônimo de beleza divina.
Tema: representação mitológica.
Arquitetura – Teatros, templos estádios (jogos olímpicos).
Arquitetura de adoração aos cultos dos deuses da mitologia.
Três ordens: dórica, jônica e coríntia.


ROMA

Sofre influência de várias culturas principalmente a grega.
Pintura – escassa (pequenos murais).
Escultura – Praticidade.
Cópias gregas.
Retratos.
Temática militar e mitologia.
Arquitetura – Ordens gregas em conjunto com outros elementos vindos de outras culturas.
Arcos e abóbadas.
Concreto armado ao contrário dos gregos com seus blocos maciços de mármore.


 IDADE MÉDIA NA EUROPA
BIZANTINO
Pintura – Cenas de solenidade política e religiosa.
Uso de arabescos nas molduras.
Mosaicos
Uso de ícones.
Escultura – escassa (pequenos elementos em relevo).
Arquitetura – majestosa.
Planta em forma de cruz grega.
Igrejas com ambiente central

ROMÂNICO

Pintura – Plana (bidimensional).
Cores planas.
Esquematizada.
Fuga do real.
Uso da iluminura.
Cenas bíblicas.
Uso Afresco.
Escultura – Estilizada.
Complementa a arquitetura.
Figuras desproporcionais.
Animais fantásticos nas fachadas.
Arquitetura – Horizontalidade.
Peso.
“Fortalezas de Deus”.
Elementos romanos mais evidentes.
Arcos contínuos.
Planta em forma de cruz geométrica.


GÓTICO

Pintura – Volume e profundidade aparecem gradativamente.
Figuras proporcionais.
Composição simétrica.
Escultura – alongada seguindo o padrão da arquitetura.
Estilizada.
Complementação arquitetônica.
Figuras mais próxima do real gradativamente.
Arquitetura – Verticalidade.
Arco ogival (pontiagudos).
Ambientes mais claros.
Uso da rosácea e vitrais.


 IDADE MODERNA
RENASCIMENTO
Beleza idealizada.
Formas simplificadas e proporções exatas.
Cenas religiosas e mitológicas.
Nus masculinos heróicos (figuras).
Retratos formais e reservados.
Uso de afrescos, têmperas e óleo.
Estrutura anatômica com base de cálculo de proporção independente da realidade.
Perspectiva linear e geométrica.


MANEIRISMO
Corpos são distorcidos.
Cores sombrias (tensão, movimento).
Iluminação irregular.
Nova proposta de se trocar:
- Harmonia pela dissonância.
- Razão pela emoção.
- Realidade pela imaginação.
- Equilíbrio pela instabilidade.
- Representação da natureza pelo estilo (MANEIRA DO ARTISTA).


Aula 05
O Estilo Barroco, a Contra-Reforma e suas variantes
O termo barroco costuma designar o estilo artístico que floresceu na Europa entre o final do Século 16 e meados do Século 18. O aparecimento dos ideais barrocos parece intimamente ligado à Contra-Reforma Católica.Apesar de ter sido um estilo internacional, percebemos sua maior força entre países como a Itália, Espanha e Áustria, não tendo atingido muito os países protestantes como a Inglaterra.
Dança dos Italianos – Rubens

• Regional, individual e subjetivo
Além disso, o barroco apresenta características regionais nas diferentes localidades em que se desenvolveu.
A personalidade forte de alguns artistas do período também é um grande diferencial dentro desse estilo artístico que deixava campo aberto à subjetividade.
Suas principais características são a teatralidade das obras, o dinamismo, a urgência, o conflito e o forte apelo emocional.
Na busca da emoção, para provocar o observador, o artista abusa da verossimilhança das cenas retratadas, daí a importância também na observação da natureza.
O artista para atingir esses efeitos lança mão principalmente de cores, texturas, jogos de luz e sombra, diagonais e curvas, bem como o domínio do uso do espaço. Os temas místicos e os tirados da vida cotidiana são freqüentes no período.
• Pintura, escultura e arquitetura entrelaçadas uma à outra
A questão da harmonia também é importante para o barroco. Entretanto, ela é vista numa obra de forma diferente do renascimento.
Para o renascentista, a harmonia do todo era garantida por cada detalhe da obra em perfeito equilíbrio, cada detalhe separadamente como um todo harmônico.
Já para o barroco, a harmonia do conjunto é mais importante, a fusão harmônica dos diferentes componentes de um trabalho. A harmonia individual pode ser sacrificada em nome da harmonia do todo.
Além disso, essa valorização da unidade geral entrelaçou muito a arquitetura com a escultura e com a pintura. O ideal das construções passou a ser o do inter-relacionamento desses elementos, dialogando harmonicamente para o bem do conjunto.
• O Barroco no Brasil
No Brasil Colonial, a presença dos jesuítas teve grande importância no processo de disseminação do cristianismo católico no interior da colônia. Não por acaso – visando aperfeiçoar suas ações missionárias – os jesuítas trouxeram da Europa as influências estéticas de cunho fortemente religioso que marcaram o estilo barroco. Na maioria das vezes, esse tipo de criação se manifestou na construção de igrejas e imagens religiosas que tomavam campo nos centros urbanos do país.
Chegando ao Brasil, as construções de traço barroco se lançavam aos olhos de uma população mista formada por alfaiates, ambulantes, funcionários públicos, indígenas, escravos e vadios. Essa população, na maioria das vezes, só conseguia compreender o sentido dos valores religiosos afirmados pela catequese com a imponência de imagens ricas onde a complexa ornamentação pretendia reafirmar o caráter sagrado dos santos e templos religiosos.
De forma geral, as obras e construções barrocas eram fabricadas a partir do uso de pedra-sabão, barro cozido e madeira policromada ou dourada. Além disso, existe uma visível preocupação em se reproduzir movimentos de conteúdo dramático, o uso de linhas curvas, a preferência por construções de porte grandioso e o uso de um impacto visual capaz de chamar atenção dos apreciadores. Geralmente, o barroco tenta exprimir uma religiosidade de princípio medieval com a sofisticação da arte renascentista.
• ECKHOUT E POST: Pintores holandeses vêem Brasil exótico

No Brasil colônia do século 17, sem máquina fotográfica, pintores europeus utilizaram sua criatividade para retratar um mundo que, para eles, era exótico, diferente.
Observe o quadro ao lado, que exemplifica este olhar europeu, e responda: o que a índia está fazendo? O que ela traz no cesto? Como está vestida?
Antropofagia
Na imagem podemos ter algumas idéias sobre como os europeus viam o Brasil e os povos que viviam aqui. A antropofagia (consumo de carne humana) se faz presente, de forma assustadora.
É como se para os índios fosse tão comum carregar frutas num cesto quanto partes de corpos humanos a serem comidos. Hoje, entretanto, sabe-se que a antropofagia não era assim tão corriqueira e, geralmente, fazia parte de rituais. Mesmo assim, era uma idéia assustadora para o colonizador.

A nudez dos índios
Assim como a antropofagia, a nudez era embaraçosa para os europeus. A maior parte dos grupos indígenas do território brasileiro andava nua - o que era um problema para o colonizador cristão europeu.
Daí o motivo de a genitália da índia ter sido representada coberta por uma folha, da mesma maneira que eram representados Adão e Eva - uma indicação de que, para os europeus, o novo mundo era o paraíso.
Nessa época, aconteceu no Brasil a invasão holandesa no Nordeste: 1624 na Bahia e 1630, em Pernambuco. Os holandeses permaneceram por lá 24 anos.
Vieram também muitos pintores da Holanda com a tarefa de retratar a paisagem e o povo brasileiro. Verdadeiros "repórteres" do século 17 pintavam tudo o que viam: pessoas, paisagens, animais e moradias.
Dentre eles, destacam-se Frans Post e Albert Eckhout, que viveram no Brasil entre 1637 e 1644.

Apostila 1º bimestre 3ª série

APOSTILA 1º BIMESTRE DE ARTE 3ª série

Aula 01
Conceitos do Desenho
O desenho é um suporte artístico ligado à produção de obras bidimensionais, diferindo, porém, da pintura e da gravura. Neste sentido, o desenho é encarado tanto como processo quanto como resultado artístico. No primeiro caso, refere-se ao processo pelo qual uma superfície é marcada aplicando-se sobre ela a pressão de uma ferramenta (em geral, um lápis, caneta ou pincel) e movendo-a, de forma a surgirem pontos, linhas e formas planas. O resultado deste processo (a imagem obtida), portanto, também pode ser chamada de desenho. Desta forma, um desenho manifesta-se essencialmente como uma composição bidimensional formada por linhas, pontos e formas.
Modadidades do Desenho
O desenho não é necessariamente sempre um fim em si mesmo, podendo vir a assumir uma função ou caracterizar-se como mediação para outro fim. Entre as várias modalidades possíveis de desenho, incluem-se:
• Desenho geométrico - estudo padronizado e normatizado do desenho em duas dimensões, voltado à representação plana de entes geométricos para a simples exibição ou resolução geométrica de problemas de Matemática.
• Desenho projetivo ou técnico - estudo padronizado e normatizado do desenho em duas dimensões acerca de entes de três dimensões - (representação de elementos tridimensionais em duas dimensões, voltado primordialmente para a exibição em si),
• Desenho arquitetônico - desenho voltado especialmente ao projeto de arquitetura.
• Ilustração - um tipo de desenho que pretende expressar alguma informação, normalmente acompanhado de outras mídias, como o texto.
• Croquis ou esboço- um desenho rápido, normalmente feito à mão sem a ajuda de demais instrumentos que não propriamente os de traçado e o papel, feito com a intenção de discutir determinadas idéias gráficas ou de simplesmente registrá-las. Normalmente são os primeiros desenhos feitos dentro de um processo para se chegar a uma pintura ou ilustração mais detalhada. Os croquis são muito usados por estilistas de moda.
• Modelo vivo- ilustração feita a partir de cópia do natural, tendo-se como tema o corpo ou a situação vivida por um modelo.
Aula 02
A Leitura da Imagem
• É possível ler uma imagem?
• A leitura é uma atividade simbólica.
• Ler uma imagem, então, seria compreendê-la, interpretá-la, descrevê-la, decompô-la e recompô-la para apreendê-la como objeto a conhecer.
Quatro estágios de leitura de imagem
• Descrição – identificar imparcialmente elementos na obra. Ex. linha,cor, forma, etc.
• Análise – procurar discriminar as relações entre os elementos formais. Ex. A verticalidade do gótico tem como objetivo ligar a terra ao céu.
• Interpretação – é organizar as observações de modo significativo... Aquilo que as evidências visuais sugerem ou significam... Conhecer a história é importante para a interpretação. Ex. As pinceladas de Van Gogh expressam sua inquietação psicológica.
• Julgamento – sensações pessoais sobre o que foi estudado.
Aula 03
Design e a Revolução Industrial
http://nautilus.fis.uc.pt (com adaptações).

O Design surgiu durante a revolução industrial devido a necessidade de planejamento e projeto da produção, para criação de modelos e como base para o desenvolvimento em série. Estava claro que a divisão de tarefas permitia acelerar a produção através de uma economia de tempo gasto em cada etapa. Separando os processos de concepção e execução, eliminava-se a necessidade de empregar trabalhadores com um alto grau de capacitação técnica. Em vez de contratar muitos artesãos habilitados, bastava um bom designer para gerar o projeto. Assim, a produção em série a partir de um projeto representava para o fabricante uma economia não somente de tempo, mas também de dinheiro.
ARTS AND CRAFTS
Movimento de Reforma - O movimento de Reforma inglês Arts and Crafts (1850 - 1900) deve-se à ação do artista, poeta e agitador social William Morris. Quando a produção industrial se tornava já um fato consumado, ele sentia nos sinais da época, o domínio do mau gosto, a desumanização progressiva das condições de trabalho e um futuro de poluição ambiental. Esta situação levou-o a defender pela ação política e artística a promoção qualitativa da produção artesanal contra a produção industrial. Morris está considerado como o grande pioneiro da noção moderna de design. Morris - e o movimento Arts and Crafts - não se distraía com meras ornamentações e chamava a atenção para os problemas orgânicos de forma e estrutura.
Design como Programa - Morris é o responsável pela noção de que o design é um instrumento decisivo de melhoria da qualidade de vida, nas suas dimensões: material (pela função prática) e espiritual (pela função estética). Morris colocava a produção artesanal em oposição ao produtivismo industrial, meramente fundado no interesse econômico, cujos produtos, na altura, denotavam um confrangedor mau gosto. A excessiva ornamentação, historicista e sem estilo coerente, dos objetos de manufatura industrial, foi em primeira mão denunciada pelo escritor John Ruskin.
Art Nouveau
Um Proto-Modernismo - O movimento Arts and Crafts exerceu, sem dúvida, uma influência decisiva no continente, no estilo que veio a ser conhecido por Art Nouveau, o qual, seguindo os princípios fundamentais daquele movimento britânico, veio a ser uma tentativa pioneira de encontrar um estilo moderno.

Design Orgânico - A Arte Nova continuou o desenvolvimento do conceito de "orgânico", no design e arquitetura, inspirando-se nas formas naturais. A ornamentação já não era empregue arbitrariamente, como no historicismo, nascia organicamente a partir da construção e da função do objeto. Como características importantes que esta linguagem "moderna" trouxe para a arquitetura e design, saliente-se a exploração da linha fluída, ondulada ou chicotada, a composição assimétrica e, sobretudo, pela elegância das formas dinâmicas, o ritmo visual. A inspiração também buscava-se no celtismo, em certos casos, ou no japonismo, nas tendências que preferiam uma linha geometrizante, como a Escola de Glasgow e a Secessão Vienense.
Belle Époque - O estilo chamava-se art nouveau porque o nome da loja parisiense mais conhecida, especializada na venda de artigos modernos (do estilo), chamava-se "Chez l´Art Nouveau". Com a Escola de Bruxelas de Vitor Horta e Henry van de Velde, nascia o estilo linear ondulado que, igualmente, caracterizaria as Escolas de Paris e de Nancy. Este estilo tinha diversas designações, conforme os países, Art Nouveau em França, Liberty em Inglaterra, Jugendstil na Alemanha, Modernismo na Espanha, Stile Liberty em Itália e Arte Nova em Portugal.
Art Déco
Luxo - A Art Déco refletia um gosto pelo luxo que acompanhou a expansão do poder econômico numa época plena de contrastes como foi a de entre as duas guerras mundiais. O jazz, Hollywood e Coco Chanel são os novos símbolos populares de um certo estilo de vida moderna. A denominação deste estilo, Art Déco, deriva da Exposição das Artes Decorativas de Paris de 1925. Os objetivos do modernismo funcionalista que a Bauhaus e Le Corbusier preconizavam, estão aqui arredados, A Art Déco colocava a sua ênfase no valor decorativo.
Eclectismo - A Art Déco é um novo eclectismo, recolhe influências tanto do classicismo como dos movimentos vanguardistas que por essa altura impressionavam, tais como o cubismo e o futurismo. Os artistas déco punham em moda a estilização geométrica abstrata , as linhas em zig-zag, usavam ritmos lineares verticais para enfatizar a monumentalidade, ritmos lineares horizontais para sugerir dinamismo (do automóvel ou da vida cosmopolita). Combinando todas estas influências com o típico de culturas exóticas filtradas pelos novas mídia (as revistas, o cinema e a rádio), como as reportagens da exploração colonial e arqueológica que davam a conhecer a arte pré-colombiana, a africana, a asiática e a do Antigo Egito. Recorde-se o sucesso que foi a descoberta do túmulo de Tutankamon cuja "maldição" assombrou o imaginário popular.
BAUHAUS
Funcionalismo - Primeiro estabelecida em Weimar no ano de 1919, mudou-se para Dessau em 1925 e acabou em Berlim onde acabou por fechar perseguida pelos nazis, em 1933. Na Bauhaus pontificavam as vanguardas do século XX. Artistas como Kandinsky, Klee, Moholy-Nagy, Mies van der Rohe, entre outros, foram aí professores influentes. Nesta escola trabalhava-se o dispositivo do funcionalismo, expresso no axioma "a forma segue a função". Sem dúvida, uma corrente que marcaria a imagem do século XX.
Walter Gropius - Nos anos da crise alemã do pós-guerra, na República de Weimar, Walter Gropius foi nomeado diretor da antiga escola de van de Velde e reuniu as escolas de Belas-Artes e a das Artes Aplicadas. Gropius via na experimentação artesanal e artística os instrumentos de pesquisa, ensino e aprendizagem ideais para criar um novo design, dirigindo o projeto para a produção em série. As tecnologias industriais vocacionadas para a produção em massa efetivariam uma eficaz democratização do design. Esta era a convicção de Gropius.
Laboratório - A Bauhaus procurava uma síntese das vanguardas artísticas que revolucionavam a arte moderna. Foi o movimento Dada, com as suas propostas conceptuais anarquizantes de "anti-arte" que enfatizavam as experiências com os grafismos e os materiais; o futurismo de Marinetti que fazia o mesmo mas cantando a velocidade e a maquinaria da civilização moderna, propondo um "homem anti-romântico"; o construtivismo russo que adaptava as teses futuristas, reconhecendo novas possibilidades estéticas no uso das novas tecnologias, vendo na Máquina um instrumento de libertação ao serviço da construção do "novo homem" do futuro comunista e ainda as tendências abstracionistas ou neo-plásticas do movimento holandês De Stijl.
Olhar do Design Contemporâneo
Ergonomia - A ergonomia (do grego "ergon": trabalho; e "nomos": leis) estuda as interações entre os utilizadores e objetos, sistemas e ambientes, estudo desenvolvido com o auxílio da antropometria. A ergonomia envolve fatores anatômicos, fisiológicos e psicológicos, considera o comportamento humano, as suas capacidades e limitações. Com estes estudos a ergonomia proporciona um design de soluções para um melhor desempenho, mais seguras e mais amigáveis para o utilizador. A ergonomia acrescenta ao trabalho, eficiência, mais produtividade e maior conforto.
Ergonomia e Segurança - A segurança é um fenômeno relativamente recente dentro da história do design industrial. O homem que mais se bateu por este aspecto foi o americano defensor do consumidor Ralph Nader, que levou a tribunal a General Motors, que na altura gastava 700 dólares em styling e 23 cêntimos em segurança com o seu automóvel Chevrolet Corvair. O fabricante sueco Volvo foi quem mais desenvolveu dispositivos de segurança para os seus automóveis. Noutra esfera de produtos, outro exemplo, são os brinquedos, cujo fabrico tem que estar de acordo com Diretivas Européias.
Limites do Crescimento Econômico - Com a crise do petróleo de 1973, a sociedade ocidental despertou para os limites do crescimento econômico, e o bom senso apelou para a urgência de um crescimento sustentado, assunto que o sistema capitalista não gosta muito de ouvir falar, tendo sido uma árdua luta sensibilizar a consciência dos responsáveis econômicos para os problemas ecológicos ou ambientais que derivam da atividade industrial.
Design Ambiental - Ou o Green Design. O mais famoso pioneiro foi o norte-americano Richard Buckminster Fuller que nos anos 1920, definiu uma «ciência de design» capaz de conceber «o máximo com o mínimo». Contra a civilização do desperdício, Vitor Papanek, autor de "Design for a Real World" (1971) e de "Arquitetura e Design" (1995) foi quem primeiro estabeleceu a relação entre design e consciência ecológica.
Ciclo de Vida do Produto - Contra a prática da obsolescência planeada, o design ambiental tem em conta o ciclo de vida do produto, o ciclo que vai desde a matéria-prima até à deposição do produto numa lixeira, considerando-se o impacto ecológico de todo este processo. Aumentar a durabilidade de um produto minimiza o desperdício e o consumo de energia. Por outro lado, a recuperação de componentes e a reciclagem pode efectivamente minimizar danos ambientais, mas também pode favorecer a perpetuação de uma cultura do descartável.
Carro elétrico
Ecodesign - Um bom produto de design cuida dos recursos naturais e do ambiente. Os consumidores tornaram-se cada vez mais sensíveis aos problemas ambientais e mostram-se cada vez mais incomodados com produtos que são ecologicamente perigosos. As toneladas de papel branqueado com cloro, as tintas tóxicas, e tanto lixo derivado dos materiais e processos de produção, são da responsabilidade dos produtores e também dos designers. O design deve demonstrar consciência social e ambiental.
Aula 04
Vanguardas Artísticas do Início do século XX
O Cubismo é um movimento artístico que ocorreu entre 1907 e 1914, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque.
O Cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.
O movimento cubista evoluiu constantemente em três fases:
• Fase cezannista ou cezaniana entre 1907 e 1909 -
• Fase analítica ou hermética entre 1909 a 1912 - que se caracterizava pela desestruturação da obra, pela decomposição de suas partes constitutivas;
• Fase sintética (contendo a experimentação das colagens) - foi uma reação ao cubismo analítico, que tentava tornar as figuras novamente reconhecíveis, como colando pequenos pedaços de jornal e letras.
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais características:
* geometrização das formas e volumes;
* renúncia à perspectiva;
* o claro-escuro perde sua função;
* representação do volume colorido sobre superfícies planas;
* sensação de pintura escultórica;
* cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.
Arte Abstrata
A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional". Surge a partir das experiências das vanguardas européias, que recusam a herança renascentista das academias de arte. A expressão também pode ser usada para se referir especificamente à arte produzida no início do século XX por determinados movimentos e escolas que genericamente encaixam-se na arte moderna.
No início do século XX, antes que os artistas atingissem a abstração absoluta, o termo também foi usado para se referir a escolas como o cubismo e o futurismo que, ainda que fossem representativas e figurativas, buscavam sintetizar os elementos da realidade natural, resultando em obras que fugiam à simples imitação daquilo que era "concreto".
O abstracionismo divide-se em duas tendências:
• Abstracionismo lírico
• Abstracionismo geométrico
Nas artes, o Abstracionismo lírico ou abstracionismo expressivo inspirava-se no instinto, no inconsciente e na intuição para construir uma arte imaginária ligada a uma "necessidade interior"; tendo sido influenciado pelo expressionismo, mais propriamente no Der Blaue Reiter. Aparece como reação às grandes revoluções do século XX, nomeadamente a Primeira Guerra Mundial.
O jogo de formas orgânicas e as cores vibrantes eram bem patentes; mas também a linha de contorno sobressaía nesta arte nitidamente não figurativa.
Procurava uma aproximação à música, onde a expressividade dos sons se transformava em linguagem artística. É desta forma que o abstracionismo lírico pretende igualar ou mesmo superar a música, transformando manchas de cor e linhas em ideias e simbolismos subjetivos.
O Abstracionismo geométrico, ao contrário do Abstracionismo lírico, foca-se na racionalização que depende da análise intelectual e científica. Foi influenciado pelo Cubismo e pelo Futurismo. O Abstracionismo Geométrico divide-se em duas correntes:
• Suprematismo na Rússia
• Neoplasticismo na Holanda
Futurismo
O futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas.
Características
A pintura futurista foi explicitada pelo cubismo e pela abstração, mas o uso de cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens pretendia dar a ideia de dinâmica, deformação e não- materialização por que passam os objetos e o espaço quando ocorre a ação. Para os artistas do futurismo os objetos não se concluem no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se continuamente a um só tempo. Procura-se neste estilo expressar o movimento atual, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.
Dadaísmo
O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna iniciada em Zurique, em 1916, no chamado Cabaret Voltaire, por um grupo de escritores e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão e que era liderado por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp.
Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de brinquedo, sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para reforçar esta idéia foi criado o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre a mesma. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial. Em poucos anos, o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris.
Características
O Dadaísmo é caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.
A princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas talvez as formas principais da expressão dadá tenham sido o poema aleatório e o ready made. Sua tendência extravagante e baseada no acaso serviu de base para o surgimento de inúmeros outros movimentos artísticos do século XX, entre eles o Surrealismo, a Arte Conceitual, a Pop Art e o Expressionismo Abstrato.
É niilista (falta de sentimentos baseada na análise racional),arte experimentalista, espontâneo, trabalham com o acaso, fazem montagens de imagem, junção entre diferentes formas de expressão, incorpora objetos, sons e imagens do cotidiano nas suas obras. Abrange as áreas das artes plásticas, fotografia, música, teatro, etc.
Surrealismo
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente, expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.
Características:
As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, e do psicológico. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos. O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor e crítico francês André Breton (1896-1966), que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista.
No manifesto e nos textos escritos posteriores, os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e os valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo a nova ordem, as idéias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas. Neste sentido, o Surrealismo aproximava-se daquelas que eram chamadas de vanguardas positivas, como o neoplasticismo e a Bauhaus, chegando inclusive a dialogar com o movimento comunista. No entanto, pela sua proposta estética, está mais próximo das vanguardas negativas, como o supracitado dadá, de onde surgiu parcialmente.
Uma das principais idéias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática, segundo a qual o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de consciência despejado sobre a obra. Ainda segundo esta idéia, a arte não é produto de gênios, mas de cidadãos comuns.